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Chevrolet Opala: como todo grande clássico, ele também tens alguns poréns

Nesse artigo, vou falar um pouco do Chevrolet Opala: um carro que fez muito sucesso no Brasil. Além da minha visão particular, baseie-me num dos textos de BORIS FELDMAN, jornalista e engenheiro com 50 anos de rodagem na imprensa automotiva.

Primeiro automóvel fabricado pela GM no Brasil, o Opala apresentou muitos problemas, os quais foram sendo corrigidos ao longo de sua história e tornou-se um xódo dos brasileiros. Produzido de 1968 a 1992, o Opala foi apresentado ao público brasileiro no Salão do Automóvel de 1968.

Do início ao fim de sua produção, o Opala não sofreria grandes mudanças no projeto original, mantendo a mesma linha de cintura (desenho lateral) e motorização com o passar dos anos, sendo eleito pela Revista Autoesporte o Carro do Ano de 1972, e a station wagon Caravan, de 1976. Ao final de sua produção, acumularia um número próximo a um milhão de unidades (sempre carburado), sendo sucedido pelo Omega, um também projeto Opel.

O Opala jamais teria resistido 23 anos na linha de montagem, fosse o nosso, um mercado disputado e tivesse mais do que apenas quatro marcas disputando-o. Coincidência ou não, ele se despediu em 1992, apenas dois anos depois que o presidente Collor reabriu as importações e as fábricas passaram a enfrentar concorrência de fato. (Boris Feldman)

Fotos: Pastore Car Collection

Principais problemas do Opala

Alto consumo

O motor, pouco eficiente e antigo, projetado em 1930 e aperfeiçoado em 1964, bebia exageradamente e com etanol era pior ainda.

Longarinas

O Opala tinha motores antigos e muito pesados. Tal fato exigia muito da sua plataforma e as longarinas trincavam.

Suspensão dianteira e roda que se soltava

Na opinião de Boris Feldman:

A suspensão dianteira era uma fonte de problemas (e despesas) para os donos do carro e obrigava a troca frequente de buchas. Um problema grave no pivô da suspensão provocava a ruptura na fixação da roda que costumava se soltar, o que deu muita dor de cabeça aos engenheiros da fábrica para resolver o problema.

Ferrugem

É certo que a corrosão era meio que comum antigamente. Só que o Opala enferrujava demais.

Corriam até boatos para explicar o problema, entre eles o de uma metalúrgica próxima da fábrica (São Caetano do Sul) que emitia vapores ácidos em sua operação, carregados pelo vento e que chegavam na seção de estampagem. O problema era agravado pelo péssimo tratamento das chapas na etapa de pré-pintura e por não se utilizar chapas galvanizadas. (Boris Feldman)

Vazamento de óleo

Um problema recorrente no Chevrolet Opala, sobretudo no motor seis cilindros 3.8 ou 4.1 é o vazamento de óleo através da gaxeta de vedação do mancal traseiro do motor. Como explica Boris Feldman:

A origem do problema era uma deficiência do projeto muito antigo e os engenheiros da GM sabiam onde estava: uma gaxeta tentava inutilmente reter o óleo na extremidade do virabrequim. E o custo para substitui-la por um retentor seria quase o de projetar um novo motor. Então, manchinha de óleo sob o carro marcou presença nos 23 anos de produção do Opala.

Fotos: Pastore Car Collection

Mesmo com esses problemas, o Opala está cada vez mais valorizado.

Daniel Gerra, do portal www.tudoparaopala.com.br, informa que de 2007 a 2017 o Chevrolet Opala na média valorizou mais de 200%. Claro que os modelos mais raros e procurados valorizaram mais e tiveram maior fluidez, mas saiba que se você nos últimos 10 anos manteve um Opala na garagem e não gastou uma fortuna fora da curva com manutenção, restauração ou preparação, você provavelmente não terá prejuízos. É claro que é preciso lembrar que um automóvel gera despesas de licenciamento e manutenção ao longo de uma década, por mais que seja bem conservado. De qualquer forma, foi sem dúvida um ótimo investimento.

Créditos:

https://www.pastorecc.com.br/

https://autopapo.uol.com.br/noticia/chevrolet-opala-10-defeitos/

http://tudoparaopala.com.br/blog/curiosidades/chevrolet-opala-valorizou-mais-200-em-10-anos/